
«Os problemas de saúde oral, em qualquer idade, têm uma origem muito diversa. Começam pelo aspecto genético e constitucional – há pessoas mais ou menos frágeis a nível dentário – e acabam nas questões infecciosas, passando pela alimentação e higiene», afirma Paula Faria Marques.
Se contra a genética pouco ou nada há a fazer, em contrapartida existem inúmeras estratégias que podem ser adoptadas em prol de uma boca saudável. A começar pelo equilíbrio biológico. «Logo após o nascimento, a cavidade oral da criança é colonizada por vários tipos de agentes, que compõem a chamada flora oral, com características que permanecem ao longo de toda a vida. Se os pais, outros familiares e cuidadores conseguirem que essa flora seja constituída pelo menor número possível de bactérias agressivas [ver caixa], esse é um bom caminho para começar a travar o aparecimento posterior de cáries», considera a professora universitária. Ou seja, quanto menos ‘caldo infeccioso’ existir à partida, menos hipótese têm as bactérias de decomporem os resíduos alimentares, transformando-os em ácidos que vão atacar o esmalte dos dentes, dando origem à cárie.
Reconhecer que grande parte do contágio pode ser evitado facilmente não é fácil para muitas famílias, ainda a braços com «um défice assinalável na educação e sensibilização para a saúde oral, embora «os padrões tenham vindo lentamente a melhorar», continua a persistir «uma distorção de valores por parte dos adultos, que remetem estas questões para um papel secundário», especialmente quando os filhos ainda não têm dentição ou apresentam ‘apenas’ os dentes de leite.
Publicado: Pais e Filhos
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