As Crianças e os Restaurantes

Quantas vezes nos apercebemos de que as outras pessoas estão a olhar para nós cheias de pena?

Este é um problema que me debato algumas vezes, achei interessante partilhar algumas ideias. Por vezes os fins de semana são autênticos martirios para os pais pois as suas crianças não dão descanço, e a segunda-feira acaba por ser um dia muito desejado.

Aqui estão lançadas pequenas dicas que podem ajudar, a que uma ida ao restaurante não se torne numa aventura desagradavel.

Ir ao restaurante com crianças é possível e aconselha-se. Longe de ser um bicho de sete cabeças, exige apenas alguma preparação, disponibilidade e boa disposição. Descontraia-se e saboreie.
Ao fim-de-semana, ir ao restaurante parece ser a resposta às suas preces. Significa não ter de preparar o almoço, nem pôr a mesa ou levantar-se vezes sem conta («a minha sopa está fria!», «ele tem o meu prato do Noddy!», «também quero garfo!»), nem arrumar tudo outra vez e limpar metade da refeição que ficou no chão. Mas o que fazer com as crianças? A resposta é simples: levá-las consigo. Restaurante e crianças não é necessariamente uma mistura explosiva. Na verdade, pode ser um programa em família que agrada a todos. Uma coisa é certa: não será um daqueles almoços em que se fica três horas sentado à conversa. Mas no meio de várias idas à casa de banho, guardanapos sujos de sopa e visitas ao senhor que está a fazer as pizzas, há tempo para risos e descobertas que só uma refeição em família pode proporcionar.

O segredo da preparação

Para que tudo corra bem, os preparativos são essenciais. A escolha do restaurante, por exemplo, pode fazer a diferença. Nem muito formal, nem muito barulhento. Se sabe que o atendimento é lento e a espera é certa, é também de evitar. Se for um local com um tipo de comida de que eles gostem e que tenha alguma surpresa a pensar nos mais novos, então é o ideal. Outro aspecto a ter em conta é a hora da refeição. Evite as horas de ponta e, enquanto são mais novos, vá mesmo à chamada «hora das crianças». Almoçar às 12h30 em pleno fim-de-semana não lhe soa bem? Mas assim evita filas de espera, o seu pedido será dos primeiros a ser atendido e suaviza o cansaço próprio do aproximar da sesta.Se as suas crianças ainda são pequenas, não perde nada em levar consigo algumas coisas úteis: cadeirinha para encaixar na mesa (pode andar sempre com ela no carro, para o caso do restaurante não ter ou na hipótese de estarem todas ocupadas), babete (grande e fácil de vestir) e, eventualmente, a colher preferida. Um kit de brincadeiras também costuma ser uma grande ajuda. Catarina, mãe de três filhas, partilha a sua experiência: «Se sei que não há espaço para elas brincarem fora da mesa, levo folhas e lápis de cor ou alguns bonecos pequenos para contarmos histórias. Às vezes arranjo um livro para colorir ou de autocolantes para lhes oferecer no restaurante e elas adoram essas surpresas». O objectivo é ser algo que motive interacção e brincadeiras conjuntas, por isso DVDs portáteis e consolas estão fora de questão.
Por exemplo, não insisto na sopa, sobretudo se elas pedirem muito para não comer. Também as deixo comer ou beber coisas que normalmente não lhes dou em casa, como batatas fritas, sumos ou doces. Em viagem, se durante muitos dias comemos fora, as excepções já são menos admitidas, senão passam a regra…»

Manobras de diversão

No entanto, tentar manter a sua criança sentada durante muito tempo pode ser contraproducente. Por vezes, mais vale, durante os períodos de espera, os adultos levantarem-se à vez e levá-las a descobrir o restaurante. Se a situação se descontrolar e acabar mesmo em birra, o melhor é sair da mesa e procurar um local mais tranquilo e isolado,«É uma grande ajuda para que a criança possa ser reconfortada e acalmada, relembrando-a das regras em intimidade, sem que se sinta envergonhada ou humilhada». No fundo, a técnica no restaurante acaba por ser a mesma que em casa, «O primeiro passo é fazer a criança sentir-se compreendida. É fundamental que ela sinta que compreendem o que está a sentir e que, precisamente por ser uma criança, não tem as mesmas ferramentas que os adultos para lidar com as suas emoções. Os pais devem ser essas ferramentas, acalmando, reconfortando, ajudando a conter impulsos… Quando a criança está mais serena e tolerante, é tempo de lembrar que apesar de compreenderem os seus motivos, não podem aceitar aquele tipo de comportamento.

É claro que em certas alturas o melhor é mesmo não sair de casa mas...